domingo, 20 de fevereiro de 2011

Poesia e Ficção

AUTOPSICOGRAFIA

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,



Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.


             (Fernando Pessoa)


1.       Poesia é ficção porque nela o poeta finge. Mas não é só a emoção expressa pelo poeta que é fictícia: a do leitor também não é emoção vivida. Pode-se dizer, então, que o leitor

a)     é elemento estranho ao fingimento encenado no poema.
b)     só se emociona se perde o uso da razão.
c)      é parte integrante da “brincadeira” estabelecida no poema.
d)     tem o seu coração iludido pelo poeta
e)     não deve permitir que sua razão seja iludida.

Nos testes de 2 a 4, indique os sentidos das seguintes palavras ou expressões presentes no poema de Fernando Pessoa:

2.      Deveras:



a)     com intensidade.
b)     verdadeiramente.
c)      da forma devida.
d)     convenientemente.
e)     profundamente.



              3.      Calhas de roda:



a)     canos redondos.
b)     tubos que dão vazão às águas da chuva. 
c)     trilhos circulares.
d)     sulcos para irrigar plantações.
e)     abertura estreita.



               4.      Comboio de corda:



a)     trenzinho de brinquedo.
b)     escolta de veículos.
c)      grupos de carregadores.
d)     conjunto de navios mercantes.
e)     tropa de animais de carga.



               5.  Quais são as duas dores do poeta, conforme o poema? Qual a dor que os leitores sentem     bem”?

               6.      O que há de comum entre a dor fingida pelo poeta e a dor que os leitores “sentem                               bem”  quando leem o poema? O que se pode concluir a respeito das emoções                                     representadas na poesia?